À medida que temas como a Cloud e Big Data caminham para a maturidade, novos conceitos, como a Internet das Coisas, assumem o destaque. Esta tendência é confirmada pela Gartner que coloca em 2014 a “Internet of Things” (IOT) como estando no topo das expectativas das tecnologias emergentes.
A IOT, pode definir-se como múltiplos dispositivos conectados à internet que dialogam entre si sem necessidade de intervenção humana. Estes dispositivos são programados para interagir e produzir ações em função do seu estado. As utilidades são infinitas e áreas como a saúde, industria, transportes, segurança e consumo serão as primeiras a ser beneficiadas.
Exemplos do que esta tecnologia pode fazer por nós não faltam:
1. Na área da saúde, por exemplo, um cardiologista poderá prescrever ao seu paciente um pequeno implante inserido no braço, para continuamente monitorizar o ritmo cardíaco e em situação de alarme enviar uma mensagem para o seu telefone a informar que deve dirigir-se a um hospital o mais rápido possível.
2. Na área dos transportes, os veículos poderão interagir entre si e com os semáforos, de forma a que a abertura e fecho dos mesmos esteja condicionada à quantidade de veículos que se aproximam de cada lado de um cruzamento.
3. Ao acabar de beber uma cerveja num bar, surge uma mensagem no tablet a perguntar se gostaríamos de pedir mais uma bebida. Ao respondermos positivamente, o pedido é efetuado de forma automática.
Algumas aplicações do IOT são viáveis com a tecnologia que utilizamos hoje e já estão disponíveis, como por exemplo o Trax, um pequeno dispositivo de GPS Tracking para crianças, que pode ser usado como porta-chaves ou colocado numa mochila ou bolso e que através de uma App no telemóvel dos pais permite, não só saber em tempo real onde os mesmos se encontram, como também ser alertado quando ultrapassam os limites de uma área geográfica previamente definida.
O aparecimento dos processadores ARM low-powered e a comoditização de tecnologias como o Wi-Fi e Bluetooth estão a contribuir para que o IOT se materialize, contudo é necessário encontrar um standard de comunicação, criar novas plataformas de desenvolvimento e uma comunidade de programadores. Existem ainda, importantes preocupações com a segurança e privacidade que será necessário resolver. Não é desejável que dados sensíveis como os da saúde sejam expostos ou utilizados para fins comerciais sem a devida autorização de cada um.
A Internet das coisas está a percorrer o seu caminho e o que antecipo é que a mesma entre nas nossas vidas de forma suave e sem grande alarido. Quando chegar a altura de utilizarmos frigoríficos e micro-ondas conectados entre si, já certamente, há muito estaremos a beneficiar do IOT em outras áreas.
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