Contentores, Docker e a Microsoft

Publicado a 4/30/2015 por Knowledge Inside em Opiniao
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Foi em Outubro de 2014 no Microsoft TechEd Europe, local à partida suspeito para se ouvir falar da tecnologia de contentores (Linux), que já tardiamente ouvi falar pela primeira vez no Docker e tomei contacto com o grande entusiasmo à volta desta plataforma.


Mas afinal o que é isto dos contentores, em particular o Docker?

O Docker é uma plataforma aberta que facilita a utilização de contentores em ambientes Linux através da implementação um Daemon, de uma API e de um Cliente.
Os contentores Docker possibilitam que múltiplas aplicações corram no mesmo servidor de forma isolada (num contentor). Estes contentores, que na realidade são um diretório, contêm tudo o que a aplicação precisa para ser executada. São transportáveis e fáceis de executar em praticamente qualquer tipo de máquina com a garantia de que a aplicação se porta sempre da mesma forma. Por exemplo, uma aplicação que necessita de uma série de componentes e pré requisitos para ser executada, pode ser “empacotada” num contentor e transferida do computador do programador para o ambiente de Qualidade ou Produção sem qualquer adaptação adicional. A forma isolada como cada contentor é executado permite, por exemplo, colocar no servidor produtivo uma versão de desenvolvimento da aplicação lado a lado com a versão de produção sem que as mesmas, ou os seus componentes, entrem em conflito.



Esta facilidade de distribuição é talvez o grande responsável do sucesso da tecnologia. Na realidade todos o adoram: o programador que não tem que se preocupar com as diferenças entre ambientes, o administrador de sistemas que apenas tem de garantir que os contentores são executados no servidor e o CIO que vê o ciclo de desenvolvimento facilitado e o custo a diminuir.
As vantagens do Docker não se ficam pela facilidade de escalar e distribuir as aplicações. Também em termos de custo a tecnologia revela-se mais eficiente. Ao utilizar contentores, podemos numa única máquina virtual executar múltiplas aplicações de forma isolada aumentando a densidade e colocando um travão na proliferação máquinas virtuais que se observa na maioria dos ambientes.



Esta alternativa de abstração de máquina, está a caminhar de forma sólida e com um sucesso estrondoso no mundo Linux ao qual a Microsoft não tem sido alheio. O gigante de Redmond suporta contentores Docker no Azure desde Junho de 2014 e já anunciou o suporte ao Docker na próxima versão do Windows Server que contará também com uma tecnologia de contentores baseada em hypervisor. O Hyper-V Containers vai oferecer uma opção adicional entre um contentor e uma máquina virtual, garantindo que o código de cada contentor permaneça isolado e sem impacto no sistema operativo ou em outros contentores a ser executados no mesmo host.

Esta tecnologia causa um impacto similar ao que observámos quando se introduziu a tecnologia de máquinas virtuais pelo que não é de estranhar que este seja o tema mais quente no momento na área de Cloud e Data Center.
A minha expetativa é que a Microsoft anuncie a possibilidade futura de aplicar o conceito de contentores também ao SQL Server, o que poderá ser a peça final para que nas aplicações empresariais o modelo de contentores se transforme no padrão.

http://www.microsoft.com/enterprise/pt-pt/it-trends/big-data/articles/container-technology-docker-gets-supported-by-microsoft-cloud-azure.aspx#fbid=Fk7P753yz8F
http://www.docker.com/

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