Colocando da forma mais simples possível, nas subscrições de Microsoft Office 365 Pro Plus (a versão do Office “clássica” que se instala no PC) não existem direitos de downgrade para versões anteriores à mais recente, atualmente o Office 2016.
Quem hoje efetuar uma subscrição de um plano E3 do Office 365, não tem direito de utilizar o Office 2010 ou o 2007 e pela informação que dispomos neste momento, o Office 2013 (versão Office 365) apenas terá updates até fevereiro de 2017, pelo que a partir dessa data todos os clientes Office 365 Pro Plus deverão ter instalada a versão 2016 do Office.
Os direitos de downgrade, bem conhecidos na área empresarial e nos chamados acordos de volume da Microsoft, permitem às organizações adquirir as últimas versões do software, mas utilizar versões anteriores desde que na mesma edição. Por exemplo, adquirir o Microsoft Office Standard 2016 mas instalar o Microsoft Office 2007 Standard. Desde que seja a mesma edição (standard no exemplo) e que o produto esteja ainda em fase de suporte, a empresa está livre de problemas e em conformidade.
Apesar da evolução da adoção de soluções Cloud e do crescimento de fenómenos como o Bring Your Own Device (BYOD), a possibilidade de exercer os direitos de downgrade continua a ser de grande importância para muitas empresas, principalmente para empresas de grande porte ou com aplicações muito específicas. Em muitas destas empresas, existe o que chamamos de estação padrão, que não é mais do que uma imagem do sistema operativo e um conjunto de aplicações certificadas e suportadas pelo departamento de Tecnologias de Informação. Esta imagem existe para garantir que todo o ecossistema de aplicações que a empresa necessita funciona de acordo com o esperado e que a manutenção e assistência são efetuadas de forma otimizada.
É normal, na estação padrão, existirem add-ons ou plug-ins de aplicações que interagem com o Microsoft Office que apenas são suportadas para uma determinada versão. Nestes casos atualizar a versão do Office pode significar que algum destes componentes deixe de funcionar como o esperado. Uma atualização de edição de Windows ou Office numa organização com milhares de utilizadores é também um assunto complexo ao nível da formação dos utilizadores, do helpdesk e até do próprio hardware. Estas e outras razões justificam a demora que muitas empresas revelam na renovação do software. O processo é complexo e talvez seja essa a razão pela qual a Microsoft forneça os direitos de downgrade a quem adquire software em acordos de volume e assegure o suporte dos mesmos por pelo menos 10 anos.
Atualmente com todas as organizações a considerarem a subscrição do Office 365, que traz inúmeras vantagens incluindo, na maioria dos casos, um direta poupança de custos, a ausência de downgrade rights revela-se um grande desafio que pode traduzir-se num bloqueio à adoção do Office 365 ou na subscrição de um plano que deixe de fora o Office 365 Pro Plus.
Espero sinceramente que a Microsoft reveja esta política e que adapte o seu licenciamento cloud também de acordo com as necessidades das grandes empresas de forma que seja possível a tão desejada migração para a Cloud!
