A Microsoft vai integrar o GPT-3 no Microsoft Power Apps, a sua plataforma de desenvolvimento de aplicativos low-code. Esta plataforma tem como principal objetivo apoiar tanto as pessoas com pouca ou nenhuma experiência em coding, como os programadores profissionais que tenham já um grande conhecimento em programação, a criar aplicações que melhorem a produtividade ou os processos empresariais.
Vai ser possível, por exemplo, um colaborador criar uma aplicação de comércio eletrónico para descrever um determinado objetivo de programação através da utilização linguagem de conversa natural - exemplo: “encontrar produtos onde o nome começa com ‘crianças’”. Ao aplicar um modelo GPT-3 bem ajustado, terá opção para transformar o comando numa fórmula Microsoft Power Fx, a linguagem de programação de código aberto da Power Platform (como “Filter(‘BC Orders’ Left(‘Product Name’,4)=”Kids”). “É uma das primeiras implementações que mostra como o GPT-3, executado no Microsoft Azure, e com base no Azure Machine Learning, e também uma das primeiras utilizações internas da nova funcionalidade de managed endpoints, consegue responder às necessidades das empresas”, disse a Microsoft.
“Usar modelos avançado de IA como este pode ajudar a fazer com que as nossas ferramentas low-code se tornem mais acessíveis a um público ainda maior, até chegar ao que chamamos de no-code”, disse Charles Lamanna, vice-presidente da plataforma de aplicações low-code da Microsoft.
Estas inovações são possíveis derivado à parceria que a Microsoft efectuou com a OpenAI, empresa independente de pesquisa e de implementação de IA, que desenvolveu o GPT-3, um modelo massivo de linguagem natural que é executado exclusivamente no Azure. A Microsoft tem uma licença para o código que está na base do modelo GPT-3, e que permite a integração da tecnologia diretamente nos seus produtos. “As pessoas vão poder consultar e explorar dados de uma forma antes impossível, e isso será mágico”, disse Charles Lamanna.
Os novos recursos anunciados na Build vão estar disponíveis numa preview pública em Inglês na América do Norte até final de junho.
O que nós dizemos
A redução da complexidade de programação, chegando a um target que não tem de ter conhecimentos profundos de coding para desenvolver aplicações, vai aumentar o número de potenciais interessados em desenvolvimento. Como tal, irá tirar partido de um muito mais número de “cabeças a pensar”, que podem assim dar asas à sua imaginação, tirando cada vez mais potencial das tecnologias da gigante norte-americana. Porém, há também que referir que, mesmo não necessitando de conhecimentos profundos de coding, os programadores ainda necessitam entender a lógica de escrever fórmulas. A tecnologia vai ajudar os programadores a escolher as fórmulas corretas para obter o resultado de que necessitam. Mas aguardamos com muita ansiedade a aplicação deste modelo de linguagem, que vemos com bons olhos e que vai permitir ter mais oferta de aplicações no mercado.
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