Com a incrível disseminação do ransomware Wannacry, nunca o bitcoin esteve tão em alta e a curiosidade sobre o mesmo aumenta. O bitcoin (BTC) não é mais que uma moeda criptográfica ou digital que não existe no meio físico e que assenta numa base de dados aberta e distribuída por uma rede peer-to-peer de milhares de computadores onde qualquer um pode participar.
A rede, denominada por blockchain, regista em blocos todas as transações e saldos de contas com uma estrutura criptográfica que impossibilita a fraude por reutilização da moeda. Sendo uma rede descentralizada, todos os computadores membros da rede (mineiros) têm uma cópia da base dados e registam independentemente os blocos. Assim no caso de uma disparidade entre as cópias, ganha a cópia mais popular entre todos os mineiros. Este sistema garante que não existe manipulação dos dados a não ser que 51% dos nós sejam fraudulentos o que é praticamente impossível de se concretizar uma vez que os mineiros estão distribuídos por diversas entidades em todo o mundo.
A moeda caracteriza-se também por ser descentralizada e por não depender de nenhum governo ou entidade. Na realidade trata-se apenas de um programa informático de código aberto e com as regras de produção de moeda e transações bem claras.
Numa analogia a um metal precioso como o ouro, os mineiros são recompensados pelo trabalho desempenhado no registo das transações através da cobrança taxas de transação e de recompensas em bitcoins. Aproximadamente a cada dez minutos um mineiro ou pool de mineiros são premiados com a titularidade de novas bitcoins emitidas. A forma de premeio está relacionada com a resolução de um desafio criptográfico complexo, o primeiro mineiro a resolvê-lo será o mineiro a criar o registo de um bloco de transações e a ser premiado com as novas bitcoins emitidas.
Qualquer pessoa pode entrar no processo de minerar, no entanto nos dias de hoje a concorrência é muita e para ter ganhos é necessário investir bastante em hardware e energia o que acarreta riscos inerentes à possível desvalorização da moeda, à concorrência e também à flutuação do custo da energia.
Atualmente são emitidas 12,5 bitcoins a cada dez minutos. O programa informático prevê também, através de um processo denominado de halving, o desaceleramento progressivo da emissão de moeda. O halving consiste em aproximadamente a cada 4 anos reduzir para metade a recompensa dada aos mineiros até estarem produzidos 21 milhões de bitcoins, altura em que cessará produção da moeda.
Com um valor de câmbio superior a 2000€ (já vale mais que o ouro), esta moeda pode ser facilmente comprada em plataformas online como a coinbase.com ou a blockchain.com. depois de compradas, as bitcoins são armazenadas numa carteira virtual de onde as podemos transacionar de e para qualquer entidade. As transferências são efetuadas referenciando um endereço bitcoin, um código alfanumérico gerado pelo serviço da carteira virtual a pedido do destinatário com o objetivo de rececionar a transação. Estes códigos são totalmente anónimos e foram desenhados para serem gerados sempre que for necessária uma transação garantindo assim em simultâneo a segurança dos utilizadores e da própria moeda.
São cada vez mais os sites e lojas físicas que aceitam o pagamento em bitcoins e apesar das grandes plataformas de comércio online como a Amazon ainda não aceitarem este tipo de pagamento, é possível por exemplo encontrar sites onde se podem comprar gift vouchers da amazon utilizando a moeda digital. Existem também mercados digitais onde se juntam vendedores com compradores e se podem assim (não isento de risco) transacionar bitcoins não só por gift vouchers, mas também por transferências bancárias ou cartão de crédito.
Segundo a Wikipédia, embora muitos considerem o Bitcoin uma moeda segura por causa da encriptação inerente ao blockchain, os riscos aos quais os utilizadores estão expostos fora da rede são o foco do problema. Isto porque o acesso aos fundos de uma conta dependem unicamente da posse de uma chave secreta, os fundos de carteiras virtuais online correm o risco de ser hackados e os fundos de carteiras virtuais offline partilham as mesmas inseguranças do dinheiro em espécie e obrigações ao portador.