Voltamos todos ao escritório ou não?

Publicado a 3/31/2022 por Knowledge Inside em Opiniao
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Dois anos depois do início de vários períodos de confinamento obrigatório devido à pandemia da Covid-19, começamos a chegar, esperamos, ao fundo do túnel e o possível regresso à normalidade. O conhecimento da doença provocada pelo vírus e os seus sintomas, a vacinação generalizada em muitos países e o possível enfraquecimento do vírus, faz-nos acreditar que é possível retomar alguns costumes que há algum tempo tivemos de abdicar.

No entanto, este possível regresso à antiga normalidade, não me parece que venha a acontecer. Por um lado porque, felizmente, a humanidade tem vindo a alterar a sua forma de ser desde sempre e por isso, temos tendência a agir de forma diferente do que agíamos há 2, 10 ou 50 anos atrás. Mas a necessidade de descobrir rapidamente um novo normal após o início da pandemia, fez com que nós mudássemos em 2 anos o que habitualmente demorava vários anos. Digamos que a Covid-19 foi um forte incentivo à mudança.

No que concerne à forma de trabalhar, nas situações possíveis, de repente passámos a ter de trabalhar em casa. Depois de uma acalmia nos números da pandemia, desejou-se um regresso ao escritório para voltar aos velhos hábitos, sendo interrompido novamente por um aumento da perigosidade da pandemia. De uma forma geral, as ideias de que o trabalho tem de ser efetuado presencialmente, que o trabalho remoto provoca uma menor produtividade ou que o facto de não trabalharmos todos juntos num escritório prejudica a cultura de empresa, têm vindo a enfraquecer.

O trabalho remoto veio para ficar. Debate-se agora se é a 100% ou se devemos ir ao escritório 1 ou 2 dias por semana, ou em semanas intercaladas com as outras pessoas da organização, etc. Há vários modelos mas acredito que cada vez mais vamos deixar de ter a noção de local fixo para trabalhar. Costuma-se dizer que a nossa casa é onde está o nosso coração. Pois arriscaria a dizer que local de trabalho é onde conseguimos ser úteis para a nossa organização.

Esta ideia não passa apenas por podermos trabalhar a partir de casa mas também por podermos trabalhar onde conseguirmos executar as tarefas que nos tornam elementos chave e produtivos numa organização. Por exemplo, os nómadas digitais, trabalham nas organizações, escolhendo estar em qualquer parte do mundo a fazer o seu trabalho. Mesmo considerando algumas nuances, como a Time Zone, em termos de produtividade é praticamente igual trabalhar a partir de Lisboa, Londres, Rio de Janeiro, Nova Iorque ou outra qualquer parte do mundo.

Estas alterações obrigam os decisores das empresas a ter especial cuidado nos investimentos e opções que fazem. No caso das tecnologias, é importante e crítico adaptar os investimentos à forma como se pretende que as pessoas utilizem os recursos tecnológicos. Provavelmente não fará sentido adquirir um grande sistema de telefones fixos para o escritório, quando as pessoas raramente lá vão e quando vão maioritariamente utilizam o MS Teams ou Zoom para comunicar. Também não fará sentido adquirir computadores desktop para o escritório e depois verificar que com um portátil consegue-se o 2 em 1 de o poder utilizar no escritório ou em casa. É importante ponderar a segurança informática aos sistemas existentes no escritório mas sem nunca esquecer a obrigatoriedade de garantir a segurança da informação, sendo ela acedida de qualquer local.

Além de tudo isto, é imprescindível que a utilização dos sistemas tecnológicos e o acesso à informação seja feita da mesma forma, quer esteja no escritório ou em qualquer outra parte do mundo. A migração para a Cloud que as empresas têm vindo a fazer ao longo dos anos, tem contribuído muito para que isto aconteça. Por exemplo, não faria sentido estar a utilizar um sistema de comunicação no escritório, dependente de alguma solução física implementada localmente e estando fora usar um outro tipo de comunicação. Isto só traria dificuldade operacional no dia-a-dia. Os serviços 365 da Microsoft, por exemplo, possibilitam o acesso à informação exatamente da mesma forma e com a mesma segurança, quer se encontre sentado à secretária no escritório ou estando em casa ou num local de co-working. É indiferente. O mesmo se aplica na utilização do NIODO Desktop. Neste caso, até nos podemos deslocar entre vários locais sendo que, sempre que se voltar a utilizar o NIODO Desktop, estaremos exatamente no mesmo ponto em que estávamos na última utilização efetuada.

Os investimentos e decisões tecnológicas que os gestores fazem, têm de levar em conta todos estes aspetos, para que desta forma possam tornar ágil e efetiva a produtividade das pessoas que trabalham nas Organizações. Estas decisões têm de ser independentes e perfeitamente ajustáveis às escolhas que as empresas fazem sobre o trabalho presencial, remoto ou híbrido.

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