Windows XP: e depois do adeus

Publicado a 4/30/2014 por Knowledge Inside em Mercado
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Se o Windows XP foi um marco na história dos sistemas operativos e uma plataforma que ficará para sempre na memória dos utilizadores, 8 de abril é, necessariamente, uma data que vai marcar, pelas mais variadas razões, a vida do mais popular sistema operativo que a Microsoft concebeu até hoje.

A multinacional americana já tinha adiantado a data do fim do suporte para o XP, facultando mesmo vários planos de upgrade para que as empresas pudessem atualizar o sistema para o Windows 7 e, mais recentemente, para o Windows 8. O início de abril foi também o princípio de um novo ciclo. A Microsoft já não garante o suporte para o Windows XP. O sistema operativo não será mais alvo de patches de segurança e está, consequentemente, vulnerável. Esta realidade, aliada ao facto de ainda haver milhões de máquinas equipadas com o popular sistema da empresa de Seattle, são condimentos essenciais para criar cenários de potenciais ameaças e de exploração de vulnerabilidades. Neste aspeto, os hackers não perdoaram - apenas alguns dias após dia 8, a primeira notícia preocupante: a Microsoft publicou um relatório onde indica ter verificado a existência de tentativas de exploração de vulnerabilidades nas versões do Internet Explorer 6 até ao IE11. De resto, a ameaça é tão real que até a Computer Emergency Readiness Team americana e a organização inglesa com a mesma responsabilidade recomendam a não utilização do IE enquanto a Microsoft não resolver o problema. A falha permite a instalação de malware que pode depois ser usado para roubar dados e para recolher informação sobre os hábitos de navegação online (Fonte: CNet).

Naturalmente que a companhia irá publicar patches que resolvam o problema nas várias versões do IE, mas apenas para máquinas equipadas com os sistemas operativos mais recentes, o que deixa os utilizadores do Windows XP num limbo perigoso, num cenário potencialmente catastrófico em que a única defesa, além de deixar de utilizar o IE, passa a ser a instalação do Enhanced Mitigation Experience Toolkit (EMET) 4.1, um utilitário disponibilizado pela Microsoft. Mas resolve o problema? Não, apenas torna mais difícil a exploração da falha de segurança.


O que nós dizemos

A exploração de vulnerabilidades no Internet Explorer não constitui, em si, novidade. É o browser mais utilizado para navegar na maior das redes (de acordo com a NetMarketShare, tem uma quota de 55% do mercado de browsers em desktops), e como tal, é alvo da maioria dos ataques. Este caso específico, todavia, levanta pela primeira vez uma questão premente na segurança pessoal e empresarial: se os computadores com os sistemas operativos recentes vão ser alvo de patches para lidar com o problema, o que acontece aos sistemas com Windows XP com versões do IE mais antigas que, ainda assim, estão vulneráveis a esta ameaça?

Se havia já muitas razões para considerar a migração do sistema operativo da Microsoft, esta primeira ameaça pós fim de suporte é a wake-up call para muitas empresas e utilizadores que ainda não tinham sentido na pele os perigos de continuarem a utilizar um sistema sem suporte oficial. Vivemos um período marcante na história do software informático. O fim de uma era na cronologia dos sistemas operativos nunca foi tão óbvia como agora.

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