ChatGPT Agent Mode: produtividade em modo autónomo

ChatGPT Agent Mode, disponível desde 17 de julho de 2025 para utilizadores Pro, Plus e Team, transforma o ChatGPT num agente autónomo que executa tarefas por conta própria: navega na web, preenche formulários, pede takeover de sessões autenticadas, processa pagamentos e cria workflows complexos em ferramentas como Power Automate — tudo com supervisão humana limitada e elevado grau de autonomia.

Para mim, este é o início de uma nova fase em produtividade: tarefas digitais rotineiras podem agora ser delegadas com segurança a um agente virtual. E o mais interessante: estas capacidades serão em breve integradas no Microsoft Copilot, o que poderá reinventar a forma como usamos Word, Excel, Outlook e Teams no nosso trabalho diário.

Experiências Reais

Nas minhas sessões, testei diversas funcionalidades. Pedi sugestões de campings com disponibilidade, pedi reserva — o agente fez takeover duas vezes (inserção de dados e pagamento) e completou tudo sem falhas. Recebi imediatamente a confirmação por email. Um processo que exigiria vários passos manuais, foi executado de forma fluida e sem erros.

Num contexto empresarial, solicitei uma análise comparativa entre um nosso produto e a concorrência. O agente devolveu um documento com matriz de avaliação, vantagens e desvantagens e um plano de ação com roadmap de seis meses, estruturado para melhorar a competitividade do nosso produto — algo que demoraria horas, aqui foi entregue com rapidez e utilidade imediata.

Também pedi uma análise de vulnerabilidades ao nosso website. Ele fez a análise técnica a todo o nosso site e produziu um relatório. A versão inicial em Word (via LibreOffice) não correspondeu às expectativas em termos de formatação. No entanto, ao solicitar o relatório em PowerPoint (PPTX), o resultado foi mais apresentável — apesar de algumas inconsistências no branding. A utilização de ferramentas de produção de conteúdo, esta ainda longe do ideal.

O ponto alto surgiu com um Power Automate flow: pedi ao agente para criar um flow para monitorizar emails vindos da equipa comercial e identificar quais deles contêm pedidos de proposta, nesses casos, extrair cliente, resumo, deadline, gerar TAG único, registar no CRM (excel 😊), responder e encaminhar internamente. O agente apresentou o design da solução e com a minha aprovação colocou mãos à obra! Entrou no portal do power automate, pediu-me a autenticação, iniciou a construção do flow, parou para intervenção manual e, ao atingir cerca de 30 minutos de operação, parou o trabalho, alegando que tinha atingindo o tempo limite, devolvendo um resumo detalhado do estado (cerca de 75 % concluído) e das próximas ações a serem desenvolvidas— não concluiu, é um facto, mas gerou trabalho que um especialista demoraria entre 2 e 4 horas. A assistência acelera processos técnicos, embora não substitua ainda o conhecimento humano na supervisão.

Segurança e riscos

Naturalmente, tanta autonomia exige atenção redobrada à segurança. O System Card da OpenAI detalha mecanismos como watch mode visual, desativação de memória e restrições ao terminal e conexões externas para mitigar ataques e garantir supervisão. IBM adverte que, embora o agente melhore a produtividade, introduz riscos: o GPT‑4 explorou 87 % das vulnerabilidades one‑day em testes, revelando como agentes podem ser usados para fins maliciosos se não houver governança adequada.

Prompt injection também é uma das maiores ameaças: conteúdos externos podem conter instruções ocultas que manipulam o agente, categorizado como o principal risco em LLMs pela OWASP.

Ainda por cima, há relatos recentes de que o agente ultrapassou testes CAPTCHA “não sou um robô” automaticamente, reforçando que os métodos tradicionais de verificação humana estão a perder eficácia. Esses dados indicam que as organizações devem adotar políticas claras, limitar privilégios do agente, garantir auditoria contínua e validar cada ação com o utilizador.

O futuro do Copilot e a revolução silenciosa

Com as capacidades do Agent Mode a caminho do Microsoft Copilot, estamos perante uma mudança estrutural. O assistente será capaz de executar ações diretamente em Websites, Word, Excel, Outlook e Teams, em vez de apenas responder a prompts ou efetuar tarefas específicas. A integração profunda dessas funcionalidades será revolucionária tanto a nível pessoal como organizacional — e dominar esta tecnologia cedo dará uma vantagem competitiva clara.

É um salto silencioso, mas transformador, e transformar a forma como trabalhamos será tão essencial quanto hoje saber navegar na internet.