O Inside Techday é uma iniciativa interna mensal promovida pela Knowledge Inside, criado para promover a partilha de conhecimento e o desenvolvimento contínuo da nossa equipa. Durante cada sessão, os nossos consultores de TI apresentam e discutem temas relevantes do mundo da tecnologia, proporcionando um espaço para troca de experiências, atualização de conhecimentos e fortalecimento das competências da equipa.

Na 10.ª edição do Inside Techday, o tema central foi o Domain Name System (DNS) – uma peça fundamental da infraestrutura da Internet que, apesar de muitas vezes passar despercebida, é crucial para o funcionamento diário das redes e serviços online.

Porque é que o DNS é tão importante?

Imagine ter de memorizar longas sequências de números como 80.172.228.197 ou 2a00:1450:400e:811::200e apenas para visitar um website. Impraticável, certo? É precisamente aqui que o DNS entra em ação: transforma nomes de domínio legíveis, como knowledgeinside.pt, nos endereços IP correspondentes, tornando a navegação mais intuitiva para todos nós.

Além disso, o DNS também é crucial para:

  • O balanceamento de carga entre servidores,
  • A redundância de serviços,
  • E a distribuição otimizada de tráfego a nível global.

O que é o DNS?

O DNS pode ser visto como a “lista telefónica” da Internet. Este sistema organiza e gere a correspondência entre nomes de domínio e endereços IP. Sempre que introduzimos um endereço no navegador, é o DNS que “descobre” onde o site está alojado para nos levar até lá.

Sem este sistema, cada acesso seria dependente da memorização de endereços IP — um cenário pouco viável tanto para utilizadores comuns como para ambientes empresariais.

Como funciona a hierarquia DNS?

O funcionamento do DNS baseia-se numa hierarquia clara:

  • Servidores Autoritativos: Responsáveis pela informação de uma zona específica. Em ambiente empresarial, são muitas vezes os Domain Controllers.
  • Forwarders: Se um servidor DNS não tiver a informação necessária, encaminha o pedido para outros servidores — seja interno ou público, como os do Google (8.8.8.8 e 8.8.4.4) ou da Cloudflare (1.1.1.1).
  • DNS Públicos: Em redes de utilizadores finais, é comum o operador de Internet fornecer o serviço de DNS.

Cada servidor pode gerir múltiplas zonas, nas quais são criados diferentes tipos de registos DNS.

Tipos de Registos DNS mais utilizados

Existem vários tipos de registos e cada um apresenta a sua própria função:

  • A (Address): Associa um domínio a um endereço IPv4.
  • AAAA (Quad A): Faz o mesmo que o A, mas para IPv6.
  • CNAME (Canonical Name): Cria um alias de um domínio para outro.
  • MX (Mail Exchange): Direciona o tráfego de e-mail para os servidores apropriados.
  • TXT: Armazena informações diversas, essenciais para validações como SPF e DMARC.
  • SRV: Define serviços específicos (como VoIP ou Citrix).
  • PTR: Utilizado para resolução inversa — do IP para o domínio.
  • SOA (Start of Authority): Identifica a autoridade da zona DNS.
  • NS (Name Server): Define os servidores responsáveis pela zona.

Ferramentas de Diagnóstico

O nslookup é uma ferramenta de troubleshooting indispensável para diagnosticar problemas DNS.

Exemplos de operações realizadas:

  • Alterar o servidor de DNS para testes específicos (server nome_do_servidor).
  • Consultar registos MX de domínios (set q=mx e depois o nome do domínio).
  • Analisar respostas autoritativas e não autoritativas — essencial para perceber onde podem surgir problemas.

Conclusão

O DNS é muito mais do que uma funcionalidade invisível da Internet — é a base sobre a qual assenta a comunicação online moderna. Compreender o seu funcionamento e saber diagnosticar problemas permite-nos não só resolver incidentes rapidamente, como também desenhar arquiteturas de rede mais robustas e seguras.